A presente exposição enquadra-se no âmbito da candidatura “Paisagens Visuais”, à Rede Portuguesa de Arte Contemporânea – RPAC. Parceria realizada entre o Museu do Côa, o Museu Amadeu de Souza Cardoso, a Sociedade Nacional de Belas Artes e a Galeria Ogiva.
Nadir Afonso partiu de Chaves para o mundo criando uma obra plástica singular e intemporal assente nos seus conceitos filosófico-estéticos e nos mecanismos das leis da criação.
Formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidades do Porto, no início do seu percurso, cruzou-se com os grandes arquitetos da época como Le Corbusier e Oscar Niemeyer. Recusando a ideia de que a arquitetura é uma arte, prescindiu dela em prol da pintura, sua grande vocação, obsessão e paixão.
Segundo a comissária da exposição, Alexandra Silvano, “O percurso artístico de Nadir Afonso inscreve-se no contexto do modernismo europeu, tendo integrado as vanguardas da pintura abstracionista, geométrica e cinética da segunda metade do século XX. Em Paris, Nadir colaborou no ateliê de Le Corbusier como arquiteto e paralelemente desenvolveu a sua prática artística como pintor convivendo com figuras de destaque como Vasarely, Fernand Léger, Max Ernst e Cândido Portinari. Em 1965, decide abandonar em definitivo a arquitetura para se dedicar inteiramente à arte.
Desde o surrealismo, passando pelos períodos – barroco, egípcio, “Espacillimités”, organicista, antropomórfico, fractal e realismo geométrico, Nadir desenvolveu a sua obra em torno de um tema central e recorrente ao longo de toda a sua carreira: a cidade. Tema que explora sob diferentes formas e linguagens, não como construção arquitetónica, mas como pintura e expressão de uma ideia, onde linhas e cores se articulam segundo uma lógica interna de harmonia e rigor, orientadas pelas leis universais da criação que sempre defendeu.
Dotada de grande originalidade, a arte de Nadir Afonso reflete um pensamento estético profundamente estruturado, resultado de uma contínua reflexão sobre a forma e o espaço. Esta mostra procura incitar o público a entrar num diálogo sensorial,
absoluto e rigoroso.”
“Nadir Afonso: Território de Absoluta Liberdade” integra um conjunto de 32 obras originais onde 25 são pinturas sobre tela das quais 7 de grandes dimensões realizadas nos últimos anos de vida do pintor e 12 desenhos.
A exposição está patente entre 6 de junho e 2 de novembro.